Em 2012 tinha ficado prometido que 2013 seria o ano do(a) Costa. E assim foi: fizemos o caminho português da Costa. E a cereja no topo do bolo: a ida a Finisterra.
Mais uma vez optamos por Agosto. É o mês das férias, onde normalmente é mais fácil flexibilizar os interesses de quem pretende fazer o caminho. O objectivo era sair a 15 e regressar a 18. A ida a Finisterra ficaria pendente do transporte de regresso: se viéssemos de comboio não íamos a Finisterra; se arranjássemos transporte rodoviário íamos ao "Fim do Caminho".
A preparação cada vez é mais fácil: a malta começa a ficar "treinada" e já vamos conhecendo os pormenores da peregrinação. A única diferença era ser um caminho em parte desconhecido.
Traçamos objectivos:
- no primeiro dia chegar a Caminha (106 kms);
- passar na Espanha no Ferry Boat e chegar a Pontevedra no segundo dia (97kms);
- chegar a Santiago no 3º dia, com tempo suficiente para os rituais do peregrino (67kms);
- No 4º e último dia chegar a Finisterra (97kms);
O grupo: os mesmos do ano anterior (Fernando, Novais, Rui Costa, Luís Soares) aos quais se juntaram o Bravo, o Simão e o Zuka. Desta vez já fomos um grupo a sério e a coisa começa a complicar. A logística para 7 já foi mais exigente, ainda para mais em autonomia.
Bem, vamos a isto:
Para além de pequenos problemas mecânicos nas bicicletas, correu tudo bem! Finalmente...
O Rui Costa rebenta com o desviador logo no primeiro dia, numa de imitar o Novais. Ironia das ironias: quem o arranjou foi o Novais, dada a experiência neste tipo de operações :)
O Simão traz um alforges preso com bambu???? P*** que par**... Ninguém lhe disse que vamos para Santiago??? Não chegou lá com o bambu, mas com ramos de pinheiro;
A bike do Fernando nem com pneus novos: furou e furou e furou. E chegou a Finisterra com os dois pneus furados: maré de azar.
O Luís caiu duas vezes. Numa assustou, na outra mergulhou num ribeiro. Assim está bem!
E foram estes os pequenos problemas. O resto foi desfrutar:
No primeiro dia:
Ao passar na casa do Zuka, e tal como tinha ficado prometido: Caipirinha para todos, às 9.30h da manhã (que maravilha).
Daqui para a frente foi pedalar até dar-mos de frente com a Alda, em Esposende. Um abraço para ela.
Almoçar à lorde e continuar a pedalar para Norte. O caminho da Costa, em Portugal, é bastante rolante.
No segundo dia:
Sabíamos que perderíamos uma hora "de borla" dado o fuso horário. Mais do que isso, o facto de termos 2000 de acumulado pela frente poderia ser um problema, até porque no ano anterior vimos os albergues ficarem cheios à hora de almoço, e poderíamos não ter onde ficar. E assim foi: quando chegamos ao albergue já não havia camas. Nada como uma pensão "com classe" :)
No terceiro dia, a chegada a Santiago:
Muito bom, chegada em grupo, completo, com toda a gente a desfrutar. Praça cheia, fotos da praxe, visita à Catedral com calma, compra dos recuerdos, oficina do peregrino, e a subida ao monte do gozo para ficar no albergue do "final do caminho francês", a 5kms de Santiago. O primeiro ponto em que os peregrinos do caminho francês avistam a Catedral: mítico.
Último dia: vamos para Finisterra.
Aquilo parece que sobe bastante, e a malta já vai relaxada. Mas siga... o avistar de Finisterra ainda na Serra é deslumbrante. Já mesmo no cabo Finisterra o brilho perde-se no meio de tantos turistas. Há demasiados carros, demasiada confusão! Mas a sensação é enriquecedora.
O transporte para casa, numa carrinha sem alguns bancos :D, providenciada pelo Luís com a preciosa ajuda do Paulo Soares, para com quem ficamos em dívida (e das grandes), e ao qual só podemos agradecer!
Resumindo: foram 4 dias de partilha, de muitas (mas muitas) "chapadas", de algumas conversas em portunhol, de roncas e noites mal dormidas, de divas irritadiças, de bastante borga...
Para o próximo ano: o caminho portugûes do centro, a pedido da malta! Siga...
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